Carlos Alberto sobre a sua permanência: ‘A bola está com o Vasco’

sábado, 18 de abril de 2009

Meia diz que pretende prorrogar o seu contrato até o meio de 2010 e que ainda vai vencer atuando com a camisa do Werder Bremen

Alexandre Cassiano/Ag O Globo

Após o último treino regenerativo antes da folga de três dias do elenco, Carlos Alberto sentou à beira da piscina no hotel onde a delegação estava hospedada em Caruaru, no interior de Pernambuco, para um descontraído bate-papo . Em pouco mais de 20 minutos, o jogador, que tem contrato com time da Colina até o dia 30 de junho, não deixou nenhuma questão sem resposta. Na conversa, o capitão falou de sua vontade de permanecer em São Januário, dos problemas que viveu na Alemanha na temporada 2007/2008 e de como aceitou o convite para ajudar o Vasco a retornar à Série A no ano que vem.

Abaixo, confira a primeira parte da conversa com Carlos Alberto:

Esse é um dos seus melhores momentos na carreira?

CARLOS ALBERTO: É um momento bom. Jogando, talvez realmente seja um dos melhores momentos, mas ainda falta um título aqui no Vasco. No Corinthians, eu também tive um momento muito bom. O melhor momento sempre é aquele em que você conquista títulos e isso pode acontecer no Vasco até o fim do ano.

O que fez você mudar o seu jeito de ser, antes considerado polêmico?

Meu jeito sempre foi o mesmo. Mas comecei a perceber que não estava fazendo algumas coisas certas. Que os meus atos sempre tinham conseqüências. Às vezes boas, e outras vezes ruins. A vida de atleta é de escolhas. Em algum momento da minha vida, eu fiz as minhas. Em alguns momentos, a escolha foi certa. Em outros, não.

No início da temporada, o Vasco estava desacreditado. O que fez você aceitar o desafio de atuar em São Januário?

No início, quando me chamaram, eu fiquei pensando em como seria atuar no Vasco. O Mandarino (José Hamilton, atual vice de futebol) foi o primeiro a me ligar logo que eu saí do Botafogo. Depois, o Dorival foi contratado e começaram as contratações. Ninguém queria jogar no Vasco. Mas eu pensei: se eu tiver que voltar para a Alemanha só para receber, eu não seria feliz. Foi um grande desafio. Hoje, muita gente que não aceitou a proposta no início do ano agora quer vir para o Vasco. Talvez o nosso time não seja conhecido pelos torcedores, pela imprensa, mas é um time que sabe jogar e é educado taticamente. O resultado do Botafogo doeu e não dá para explicar. Mas vamos tirar proveito disso lá na frente.

Você está se tornando ídolo de uma torcida que já vibrou com Roberto Dinamite, Romário e Edmundo. O que pensa sobre isso?

Não tenho essa preocupação. É uma responsabilidade a mais, assim como ser capitão do time. Já aconteceu comigo no Botafogo, no Fluminense. Essa situação de ser ídolo vai ser uma coisa natural. É uma coisa bacana que acontece na nossa vida.

E como está sendo tratada a sua permanência em São Januário?

Tem o desejo do Vasco de querer que eu permaneça e mais uma série de fatores para eu ficar em São Januário. Quero ficar até o meio do ano que vem. A bola está com o Vasco. Não que eu não queira voltar à Alemanha, mas hoje é importante para mim ficar aqui. Não só pelo Vasco, mas para a minha vida pessoal.

Você pensa em voltar ao Werder Bremen algum dia?

Eu vou vencer no Werder Bremen. É uma dívida que eu tenho comigo. Sei o motivo que me levou a não me realizar na Alemanha. Tive um problema de tireóide e joguei doente por muito tempo. Continuei recebendo a pressão de um atleta normal e foi muito difícil. Uma coisa é jogar com 100% de suas condições. E outra coisa é jogar sem estar de igual para igual com o adversário. As pessoas fizeram vista grossa para o meu problema e falavam muitas coisas erradas. Como faz diferença você atuar sem estar 100% preparado. Você fica estressado antes de saber o seu problema de saúde. Lembro que eu não conseguia treinar, não conseguia comer.

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